Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus:
Naquele tempo, disse Jesus a seus
discípulos: 15"Cuidado com os falsos profetas: Eles vêm até vós vestidos
com peles de ovelha, mas por dentro são lobos ferozes. 16Vós os
conhecereis pelos seus frutos. Por acaso se colhem uvas de espinheiros
ou figos de urtigas? 17Assim, toda árvore boa produz frutos bons, e toda
árvore má, produz frutos maus. 18Uma árvore boa não pode dar frutos
maus, nem uma árvore má pode produzir frutos bons. 19Toda a árvore que
não dá bons frutos é cortada e jogada no fogo. 20Portanto, pelos seus
frutos vós os conhecereis".
- Palavra da salvação
- Glória a Vós, Senhor
- Glória a Vós, Senhor
Comentário ao Evangelho do dia feito por Santo Agostinho (354-430)
Bispo de Hipona (Norte de África) e Doutor da Igreja
Explicação do Sermão da Montanha, c. 24, §§ 80-81
Bispo de Hipona (Norte de África) e Doutor da Igreja
Explicação do Sermão da Montanha, c. 24, §§ 80-81
«Pelos seus frutos os conhecereis»
Perguntamo-nos quais os frutos para
os quais o Senhor quer chamar a nossa atenção para reconhecermos a
árvore. Alguns consideram como frutos a roupagem das ovelhas e assim os
lobos podem enganá-los. Quero referir-me a jejuns, orações, esmolas e
todas as obras que podem ser feitas por hipócritas. Caso contrário,
Jesus não teria dito: «Guardai-vos de fazer as vossas obras diante dos
homens, para vos tornardes notados por eles» (Mt 6,1). [...] Muitos dão
aos pobres por ostentação e não por generosidade; muitos que rezam, ou
melhor, que parecem rezar, não procuram Deus, mas sim a estima dos
homens; muitos jejuam e exibem austeridade notável para atrair a
admiração dos que vêem a sua conduta. Todas essas obras são enganos.
[...] O Senhor conclui que esses frutos não são suficientes para julgar a
árvore. As mesmas acções feitas com uma intenção recta e verdadeira são
a roupagem das autênticas ovelhas. [...]
O apóstolo Paulo diz-nos quais os
frutos pelos quais reconheceremos a árvore ruim: «É fácil reconhecer as
obras da carne: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria,
feitiçaria, inimizades, contendas, ciúmes, iras, discórdias,
sectarismos, rivalidades, embriaguez, orgias e coisas semelhantes» (Gal
5,19-20). O mesmo apóstolo nos diz a seguir quais os frutos para
reconhecer uma boa árvore: «Mas os frutos do Espírito são: amor,
alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e
autocontrolo» (v. 22-23).
É preciso saber que a palavra
«alegria» é usada aqui no seu sentido literal; os homens maus em sentido
literal ignoram a alegria, mas conhecem o prazer. [...] Este é o
sentido próprio desta palavra que só os bons conhecem; «não há alegria
para os ímpios, diz o Senhor» (Is. 48,22). Acontece o mesmo com a fé
verdadeira. As virtudes enumeradas podem ser fingidas por maus e
impostores, mas não enganam o olho puro e simples capaz de
discernimento.
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