sexta-feira, 30 de abril de 2010

Evangelho (João 14,1-6)

Sexta-Feira, 30 de Abril de 2010
4ª Semana da Páscoa


A- A+


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 1“Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. 2Na casa de meu Pai, há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós, 3e quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que onde eu estiver estejais também vós. 4E para onde eu vou, vós conheceis o caminho”.
5Tomé disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” 6Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim”.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.



Comentário do Evangelho

Jesus confirma seus discípulos

Durante a última ceia, tendo lavado os pés dos discípulos, e após a retirada de Judas, Jesus entra em um diálogo de intimidade com eles. É um diálogo caracterizado por palavras de esclarecimento, proporcionando confiança aos discípulos. Vive-se um momento em que Jesus chega à sublimidade da revelação. Está se completando o êxodo, a saída, da opressão do sistema religioso da sinagoga e do Templo. Enquanto em Jerusalém se comemora a Páscoa judaica, celebrando a saída do Egito, com a violência praticada contra as famílias egípcias e, depois, contra os cananeus, Jesus confirma a seus discípulos o caminho para uma nova terra, para uma nova realidade. Casa e caminho significam comunidade e missão, centradas no dom da vida eterna. A casa é o lugar da comunidade, não a
sinagoga ou o Templo. Para os que creem, a comunidade se torna a morada do Pai. O caminho da missão é aventura do anúncio da vida nova para fora, para o mundo. Não mais concentrações em torno dos inúmeros cultos da Lei, na sinagoga, e dos sacrifícios, no Templo. O caminho da missão é o caminho do Pai, é Jesus, caminho para a vida eterna.


Autor: José Raimundo Oliva

quarta-feira, 21 de abril de 2010


Evangelho (João 6,35-40)

Quarta-Feira, 21 de Abril de 2010
3ª Semana da Páscoa


A- A+


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 35“Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede. 36Eu, porém, vos disse que vós me vistes, mas não acreditais. 37Todos os que o Pai me confia virão a mim, e quando vierem, não os afastarei.
38Pois eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 39E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. 40Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia”.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.




Comentário do Evangelho

O crer em Jesus é fazer a vontade do Pai

Nos Evangelhos, é frequente o tema do alimento. Estar à mesa, comer o pão, o banquete, significa a comunhão com Deus, na partilha com os irmãos. O pão, o alimento, é o sustento da vida biológica. É o bem essencial para toda a humanidade. A falta do pão à mesa é sinal de morte. É a iniquidade na sociedade. As terras, a água, os bens da natureza são apropriados por uma minoria que tem em vista o poder e o enriquecimento. O próprio trabalho humano, que é um bem natural do homem e da mulher, é apropriado por aqueles que retêm imóveis, máquinas e empresas. Exploram os trabalhadores e desapossam-lhes os frutos de seu trabalho, mediante leis iníquas. O crer em Jesus é fazer a vontade do Pai, que é dar a vida ao mundo; repartir o pão, para que todos participem do banquete. O pão é para todos, os bens da terra são para todos. Jesus é o pão da vida. Sua obra, a nossa obra, que é a obra do pai, é restaurar a vida, a justiça e a dignidade humana em uma sociedade regida por estruturas iníquas. A restauração da vida é para hoje, e hoje é o último dia. hoje é a eternidade.


Autor: José Raimundo Oliva

terça-feira, 20 de abril de 2010


Evangelho (João 6,30-35)

Terça-Feira, 20 de Abril de 2010
3ª Semana da Páscoa


A- A+


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, a multidão perguntou a Jesus: 30“Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Que obras fazes? 31Nossos pais comeram o maná no deserto, como está na Escritura: ‘Pão do céu deu-lhes a comer’”.
32Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. 33Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”.
34Então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”. 35Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.



Comentário do Evangelho

O sinal de Jesus é o resgate e o cultivo da vida

Respondendo àqueles que haviam participado da partilha dos pães, Jesus se apresenta como o enviado de Deus. Então lhe pedem um sinal para que vejam, para que creiam nele. Não entenderam o sinal da partilha dos pães. Querem um sinal espetacular como o de Moisés e o maná. É o apego do Judaísmo às suas tradições, fechados à novidade de
Jesus. Querem um messias poderoso, mesmo que seja opressor e explorador. O sinal de Jesus é o resgate e o cultivo da vida. É a transformação das pessoas que, acolhendo o seu amor, passam a ser também fonte de vida para outros. Jesus deixa claro: o que vem do céu vem do Pai. O maná não foi dado por Moisés. É o Pai que dá o verdadeiro pão do céu, o pão que dá vida ao mundo. Jesus diferencia-se de Moisés. É uma nova realidade que deve ser acolhida. Os que o ouvem se sensibilizam tal como a samaritana no momento em que Jesus oferece a fonte d'água da qual quem beber nunca mais terá sede. Pedem desse pão para sempre. Jesus identifica-se como sendo ele próprio o pão da vida. É Jesus que alimenta a vida eterna em nós. Em toda a sua vida ele é doação.


Autor: José Raimundo Oliv

segunda-feira, 19 de abril de 2010




Evangelho (João 6,22-29)

Segunda-Feira, 19 de Abril de 2010
3ª Semana da Páscoa


A- A+


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.


Depois que Jesus saciara os cinco mil homens, seus discípulos o viram andando sobre o mar.
22No dia seguinte, a multidão que tinha ficado do outro lado do mar constatou que havia só uma barca e que Jesus não tinha subido para ela com os discípulos, mas que eles tinham partido sozinhos.
23
Entretanto, tinham chegado outras barcas de Tiberíades, perto do lugar onde tinham comido o pão depois de o Senhor ter dado graças. 24Quando a multidão viu que Jesus não estava ali, nem os seus discípulos, subiram às barcas e foram à procura de Jesus, em Cafarnaum.
25
Quando o encontraram no outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?” 26Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, eu vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. 27Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo”. 28Então perguntaram: “Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?” 29Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”.


- Palavra da Salvação.

- Glória a vós, Senhor.


Comentário do Evangelho

O pão "nosso" de cada dia , para todos

Com este texto inicia-se o longo sermão de Jesus sobre o tema do pão. No pão está representado o alimento e toda necessidade de sobrevivência. Na oração do Pai-Nosso está presente o pedido do pão "nosso" de cada dia, para todos. A alusão ao trabalho pelo alimento que perece remete ao sentido limitado da busca da saciedade individual. Na montanha todos comeram, ficaram saciados e queriam fazer de Jesus rei. O trabalho pelo alimento que não perece, mas permanece pela vida eterna, é a obra de Deus. É crer e seguir Jesus, na solidariedade e na comunhão de vida, particularmente com os mais necessitados, amando como Jesus amou.


Autor: José Raimundo Oliva

sábado, 17 de abril de 2010


Evangelho (João 6,16-21)

Sábado, 17 de Abril de 2010
2ª Semana da Páscoa


A- A+


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

16Ao cair da tarde, os discípulos desceram ao mar. 17Entraram na barca e foram em direção a Cafarnaum, do outro lado do mar. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha vindo ao encontro deles.
18Soprava um vento forte e o mar estava agitado. 19Os discípulos tinham remado mais ou menos cinco quilômetros, quando enxergaram Jesus, andando sobre as águas e aproximando-se da barca. E ficaram com medo.
20Mas Jesus disse: “Sou eu. Não tenhais medo”. 21Quiseram, então, recolher Jesus na barca, mas imediatamente a barca chegou à margem para onde estavam indo.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentário do Evangelho

Jesus não nos abandona

Esta narrativa, mais longa nos Evangelhos de Marcos e Mateus, é resumida por João, o qual se destaca pelo recurso aos simbolismos. Com as imagens do "escuro", "vento forte", "mar agitado", é evocado o caos original da criação, como um paralelo entre Jesus andando sobre as águas e o Espírito de Deus pairando sobre as águas. A isto se acrescenta a revelação do Sinai, e a aparição do Ressuscitado aos discípulos fechados a quatro paredes: "Sou eu. Não tenhais medo!". A barca, com os discípulos, no escuro e no mar agitado pelo vento simboliza a sua insegurança.
Estão de volta às trevas e à agitação do sistema opressor do qual Jesus procura libertá-los. Até então "Jesus não tinha vindo a eles". Mas Jesus não os abandona. Andando sobre as águas, aproxima-se. Os discípulos, sem entenderem, temem diante da visão. A identificação de Jesus lhes traz paz. Agora, confiantes, querem receber Jesus no barco. Mas com o simples aproximar de Jesus eles ficam libertos da agitação e do medo, pois o barco atinge a terra firme. João, com sua simbologia, revela-nos Jesus como aquele que traz a paz e a segurança na comunidade e na missão.


Autor: José Raimundo Oliva


quarta-feira, 14 de abril de 2010


Evangelho (João 3,16-21)

Quarta-Feira, 14 de Abril de 2010
2ª Semana da Páscoa


A- A+


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

16Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. 17De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. 18Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito. 19Ora, o julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más. 20Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas. 21Mas quem age conforme a verdade aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.


Comentário do Evangelho

Jesus reparte o pão com a multidão

Esta narrativa do pão partilhado por Jesus com as multidões se inspira no Primeiro Testamento, segundo o qual o povo que caminhava no deserto, sob a condução de Moisés, foi alimentado pelo maná que caiu do céu, enviado por Deus. O maná, com Moisés, é entendido como uma prefiguração de Jesus que, agora, reparte o pão com a multidão, sendo o próprio Filho de Deus entre nós, atento e atendendo a todas as nossas necessidades, educando para a partilha e nos conduzindo para a comunhão com o Pai, na vida eterna. O fato de Jesus recorrer aos poucos pães e peixes que um menino trazia, e partilhá-los com os presentes, dá a entender que não se trata de uma manifestação de poder; caso contrário seria mais espetacular se transformasse pedras em pães.

Autor: José Raimundo Oliva

terça-feira, 13 de abril de 2010


Evangelho (João 3,7b-15)

Terça-Feira, 13 de Abril de 2010
2ª Semana da Páscoa


A- A+


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: 7b“Vós deveis nascer do alto. 8O vento sopra onde quer e tu podes ouvir o seu ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim acontece a todo aquele que nasceu do Espírito”.
9Nicodemos perguntou: “Como é que isso pode acontecer?” 10Respondeu-lhe Jesus: “Tu és mestre em Israel, mas não sabes estas coisas? 11Em verdade, em verdade, te digo, nós falamos daquilo que sabemos e damos testemunho daquilo que temos visto, mas vós não aceitais o nosso testemunho. 12Se não acreditais, quando vos falo das coisas da terra, como acreditareis se vos falar das coisas do céu? 13E ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem. 14Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, 15para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor


Comentário do Evangelho

Fé dos discípulos

Este diálogo de Jesus com Nicodemos exprime o impasse entre a incredulidade da sinagoga e a fé dos discípulos de Jesus reunidos em comunidades, no tempo de João. João, no seu Evangelho, narra cinco viagens de Jesus a Jerusalém, por ocasião das festas religiosas. Em cada viagem há uma contestação do sistema religioso do Templo,
com diálogos de revelação de Jesus. Na primeira viagem, após a denúncia da comercialização do Templo, temos este diálogo de Jesus com Nicodemos. Em contraposição ao Templo, que perdeu sua função, Jesus anuncia o novo nascimento e uma nova prática a partir do dom do Espírito. É a criação do novo homem e da nova mulher. A nova criação, na liberdade do Espírito, não suporta limites de raças, religiões ou tradições. Esta nova criação acontece a partir da concepção e nascimento de Jesus, que doa sua vida até o fim, sem temer a morte de cruz. E aquele que crê em Jesus tem a vida eterna.


Autor: José Raimundo Oliva