sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Evangelho (João 1,1-18)


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

1No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. 2No princípio, estava ela com Deus. 3Tudo foi feito por ela e sem ela nada se fez de tudo que foi feito. 4Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 5E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la.
6Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. 7Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. 8Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: 9daquele que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano.
10A Palavra estava no mundo – e o mundo foi feito por meio dela – mas o mundo não quis conhecê-la. 11Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram. 12Mas, a todos os que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornar filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, 13pois estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo.
14E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho uni­gênito, cheio de graça e de verdade. 15Dele, João dá testemunho, clamando: “Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mim”. 16De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. 17Pois por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo.
18A Deus, ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentário do Evangelho

Jesus, filho de Maria, filho de Deus

Quando nos despedimos de um ano que passa, é também ocasião de celebrarmos a vida que permanece para sempre. O Verbo que se faz carne é a temporalidade corpórea assumida na eternidade divina. Deus, fazendo-se humano, torna a humanidade divina. Jesus, filho de Maria, filho de Deus, carne da nossa carne, divino, é a luz do mundo que a todos ilumina. Vivemos este tempo de alegria por termos Jesus entre nós, tudo renovando. Findo o ano, esperamos construir um ano-novo. Os povos, amantes da paz e solidários, clamam contra os idólatras do dinheiro e criminosos de guerra. Um ano-novo significa dias novos a serem vividos a cada instante. É o instante da eternidade, na comunhão com Deus e com o próximo, cultivando a vida, no amor.

José Raimundo Oliva

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Evangelho (Lucas 2,36-40)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 36havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido.
37Depois ficara viúva, e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações.
38Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.
39Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade. 40O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentário do Evangelho

O menino será um sinal de contradição

Lucas relaciona o Templo de Jerusalém com Jesus, logo no início de seu nascimento. Porém o menino será um sinal de contradição. No fim do ministério de Jesus serão as autoridades do Templo que articularão a sua morte. Após a profecia de Simeão, na apresentação do menino Jesus no Templo, Lucas menciona uma profetisa, Ana. Ele a descreve detalhadamente. Contudo a fala de Ana é sumária, louva a Deus e fala do menino, sem maiores esclarecimentos. Jerusalém, com seu Templo, para onde o menino Jesus fora levado por seus pais para ser apresentado, é o lugar do cumprimento dos preceitos da Lei. Jesus, na sua maturidade, a denunciará como a cidade que mata os profetas. Após os dias de estada em Jerusalém, a família volta para sua cidade na Galileia. É o espaço de liberdade, onde "o menino foi crescendo, ficando forte e cheio de sabedoria". Lucas já falara de modo semelhante sobre João Batista (Lc 1,80). Contudo, mencionando a graça de Deus presente em Jesus, Lucas destaca a sua particularidade em relação a João.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010





— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 46Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, 47e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, 48porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, 49porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, 50e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o temem.
51 Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. 52Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. 53Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias. 54Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, 55conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”. 56Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.


segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Ano A - Dia: 20/12/2010



Maria diz "sim"

Leitura Orante



Lc 1,26-38

Quando Isabel estava no sexto mês de gravidez, Deus enviou o anjo Gabriel a uma cidade da Galiléia chamada Nazaré. O anjo levava uma mensagem para uma virgem que tinha casamento contratado com um homem chamado José, descendente do rei Davi. Ela se chamava Maria. O anjo veio e disse:
- Que a paz esteja com você, Maria! Você é muito abençoada. O Senhor está com você.
Porém Maria, quando ouviu o que o anjo disse, ficou sem saber o que pensar. E, admirada, ficou pensando no que ele queria dizer. Então o anjo continuou:
- Não tenha medo, Maria! Deus está contente com você. Você ficará grávida, dará à luz um filho e porá nele o nome de Jesus. Ele será um grande homem e será chamado de Filho do Deus Altíssimo. Deus, o Senhor, vai fazê-lo rei, como foi o antepassado dele, o rei Davi. Ele será para sempre rei dos descendentes de Jacó, e o Reino dele nunca se acabará.
Então Maria disse para o anjo:
- Isso não é possível, pois eu sou virgem!
O anjo respondeu:
- O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Deus Altíssimo a envolverá com a sua sombra. Por isso o menino será chamado de santo e Filho de Deus. Fique sabendo que a sua parenta Isabel está grávida, mesmo sendo tão idosa. Diziam que ela não podia ter filhos, no entanto agora ela já está no sexto mês de gravidez. Porque para Deus nada é impossível.
Maria respondeu:
- Eu sou uma serva de Deus; que aconteça comigo o que o senhor acabou de me dizer!
E o anjo foi embora.

Comentário do Evangelho

O projeto de Deus

Na efetivação de seu projeto de renovação da criação, Deus envolve Maria. Trata-se de uma mulher, bem jovem, pobre, de uma cidade da periferia da Galileia gentílica. O projeto de Deus comporta uma subversão dos valores tradicionais. O que se valoriza é o dinheiro, o status social, o poder. O projeto renovador de Deus, na encarnação de Jesus, tem como fundamento a bem-aventurança do desapego da riqueza e a prática da misericórdia, da fraternidade, do serviço, da justiça e da construção da paz. Este é o perfil de Maria, escolhida por Deus para ser mãe de seu Filho.


Autor: José Raimundo Oliva

sábado, 18 de dezembro de 2010



Evangelho (Mateus 1,18-24)

Sábado, 18 de Dezembro de 2010
18 de Dezembro


A- A+


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

18A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo.
19José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo. 20Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. 21Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”. 22Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: 23“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus está conosco”. 24Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado, e aceitou sua esposa.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentário do Evangelho

José acolhe Maria

Temos aqui uma narrativa teológica de Mateus, para inserir Jesus na genealogia davídica e harmonizar a concepção virginal de Maria com a acolhida de José. Causa estranheza que, só depois de José sofrer profundamente ao perceber, progressivamente, a gravidez da mulher amada, é que o anjo é enviado a ele dissipando a terrível dúvida
acumulada. Na narrativa teológica, José, apresentado como inserido na genealogia davídica, representa o antigo Judaísmo. De Maria, que está fora desta genealogia, nascerá Jesus. Maria representa a novidade de Jesus nas
comunidades cristãs. Porém o novo que se manifesta em Maria escapa à compreensão de José. Advertido pelo anjo, ele acolhe Maria. A mensagem é que os judeus devem aceitar as novas comunidades cristãs, vendo nelas a
obra de Deus.


Autor: José Raimundo Oliva


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010




Evangelho do dia

Dia Litúrgico: Quinta-Feira da 3ª semana do Advento

Evangelho (Lc 7,24-30 ): Depois que os mensageiros de João partiram, Jesus começou a falar às multidões sobre João: «Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Que fostes ver? Um homem vestido com roupas finas? Os que vestem roupas finas e vivem no luxo estão nos palácios dos reis. Que fostes ver então? Um profeta? Sim, eu vos digo, e mais que um profeta. Este é de quem está escrito: ‘Eu envio meu mensageiro à tua frente, para preparar o teu caminho diante de ti’. Eu vos digo: entre todos os nascidos de mulher não há ninguém maior do que João. No entanto, o menor no Reino de Deus é maior do que ele».

Todo o povo que o escutava e até os publicanos reconheceram a justiça de Deus e deixaram-se batizar com o batismo de João. Mas os fariseus e os doutores da Lei recusaram ser batizados por João e desprezaram os planos de Deus a respeito deles».

Comentário: Rev. D. Carles ELÍAS i Cao (Barcelona, Espanha)

Que fostes ver no deserto?

Hoje, Jesus pergunta-nos três vezes: «Que fostes ver no deserto?»; «Que fostes ver?»; «Que fostes ver então?» (Lc 7,24.25.26).

Parece que Jesus hoje quer afastar de nós o afã pela curiosidade estéril, a suficiência dos fariseus e mestres da Lei, que menosprezavam o plano de Deus para eles, rejeitando o chamamento de João (cf. Lc 7,30). “Saber de Deus” por si só não salva; é preciso conhecê-lo, amá-lo e segui-lo; é necessário que haja uma resposta desde dentro, sincera, humilde, agradecida.

«Reconheceram a justiça de Deus e deixaram-se batizar com o batismo de João» (Lc 7,29): vem agora a salvação. Como São João Crisóstomo pregava, agora vem o tempo não de ser examinados, mas o tempo do perdão. Hoje e agora é o momento, Deus está perto, cada vez mais perto de nós, porque é bom, porque é justo e nos conhece profundamente, e por isso cheio de um amor que perdoa; porque espera em cada tarde o nosso regresso de filhos a casa, para nos abraçar.

E oferece-nos o Seu perdão e a Sua presença; rompe toda a distância entre nós; bate à nossa porta. Humilde, paciente, agora chama no seu coração: no seu deserto, na sua solidão, no seu fracasso, na sua incapacidade, Ele quer que você veja o Seu amor.

Temos de sair das nossas comodidades e luxos para nos confrontarmos com a realidade tal como é: distraídos pelo consumo e pelo egoísmo, esquecemos o que Deus espera de nós. Deseja o nosso amor, quer-nos para Ele. Quer-nos verdadeiramente pobres e simples, para podermos anunciar o que, apesar de tudo, ainda esperamos: —Estou contigo, não tenhas medo, confia em Mim.

Entrando no nosso intimo, digamos agora com voz pausada: —Senhor, Tu que sabes como eu sou e me aceitas, abre-me o coração na Tua presença; quero aceitar o Teu amor, quero acolher-te, agora que vens no silêncio e na paz.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010



Evangelho do dia

Dia Litúrgico: Terça-Feira III do Advento

Evangelho (Mt 21,28-32): Naquele tempo, Jesus disse aos sacerdotes: «Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse: ‘Filho, vai trabalhar hoje na vinha!’ O filho respondeu: ‘Não quero’. Mas depois mudou de atitude e foi. O pai dirigiu-se ao outro filho e disse a mesma coisa. Este respondeu: ‘Sim, senhor, eu vou’. Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?” Os sumos sacerdotes e os anciãos responderam: “O primeiro.” Então Jesus lhes disse: “Em verdade vos digo que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. Pois João veio até vós, caminhando na justiça, e não acreditastes nele. Mas os publicanos e as prostitutas creram nele. Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes, para crer nele».

Comentário: Rev. D. Llucià POU i Sabater (Vic, Barcelona, Espanha)

‘Não quero’. Mas depois mudou de atitude e foi?

Hoje contemplamos o pai que tem dois filhos e diz ao primeiro: «Filho, vai trabalhar hoje na vinha» (Mt 21,28). O filho respondeu: «‘Não quero’. Mas depois mudou de atitude e foi» (Mt 21,29). Ao segundo lhe disse o mesmo. Este respondeu: «Sim, senhor, eu vou»; mas não foi... (cf. Mt 21,30). O importante não é dizer “sim”, mas “fazer”. Há um dito que afirma «obras são amores e não boas razões».

Em outro momento, Jesus dará a doutrina que ensina esta parábola: «Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus». (Mt 7,21). Como escreveu Santo Agostinho, «Existem duas vontades: a tua vontade deve ser corrigida para se identificar com a vontade de Deus; e não torcida a de Deus para se acomodar à tua». Na língua catalã se diz que um menino “creu” (“crê”), quando ele obedece: crê!, quer dizer, identificamos a obediência com a Fé, com a confiança naquilo que nos dizem.

Obediência vem de “ob-audire”: escutar com grande atenção. Manifesta-se na oração, em não nos fazer-nos de surdos à voz do Amor. «Os homens tendemos a nos “defender”, a nos apegar ao nosso egoísmo. Deus exige que, ao obedecer, ponhamos em exercício a Fé. As vezes o Senhor sugere seu querer em voz baixa, lá no fundo da consciência: e é necessário estarmos atentos, para distinguir essa voz e ser-lhe fiel» (São Josemaría Escrivá). Cumprir a vontade de Deus é ser santo; obedecer não é ser uma simples marionete nas mãos dos outros, mas interiorizar o que se deve cumprir: e, assim, fazê-lo porque “tenho vontade”.

Nossa Mãe a Virgem, mestra na “obediência da Fé”, nos ensinará a forma de aprender a obedecer a vontade do Pai.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010







Evangelho do dia

Dia Litúrgico: Segunda-Feira III do Advento

Evangelho (Mt 21,23-27): Enquanto ensinava, os sumos sacerdotes e os anciãos do povo aproximaram-se dele, perguntando: «Com que autoridade fazes essas coisas? Quem te deu essa autoridade?». Jesus respondeu-lhes: «Eu também vou fazer-vos uma só pergunta. Se me responderdes, também eu vos direi com que autoridade faço isso. De onde era o batismo de João, do céu ou dos homens?». Eles ponderavam entre si:«Se respondermos: Do céu, ele nos dirá: Por que não acreditastes nele? Se respondermos: Dos homens, ficamos com medo do povo, pois todos têm João em conta de profeta». Então responderam-lhe: «Não sabemos». Ao que ele retrucou: «Pois eu também não vos digo com que autoridade faço essas coisas».

Comentário: Rev. D. Melcior QUEROL i Solà (Ribes de Freser, Girona, Espanha)

Com que autoridade fazes essas coisas? Quem te deu essa autoridade?

Hoje, o Evangelho nos convida a contemplar dois aspectos da personalidade de Jesus: astúcia e autoridade. Olhemos primeiro a astúcia: Ele conhece profundamente o coração do homem, conhece o interior de cada pessoa que chega perto dele. E, quando os sumos sacerdotes e os notáveis do povo se dirigem a Ele para perguntar-lhe, com malícia: «Com que autoridade fazes essas coisas?» (Mt 21,23), Jesus, que conhece a falsidade deles, lhes responde com outra pergunta: «De onde era o batismo de João, do céu ou dos homens?» (Mt 21,25). Eles não sabiam o que responder, pois se respondiam que era do céu, estariam se contradizendo eles mesmos por não terem acreditado e, se respondiam que era dos homens, estariam em contra do povo, que o via como profeta. Estão num beco sem saída. Astutamente, Jesus com uma simples pergunta há denunciado sua hipocrisia; lhes deu a verdade. E a verdade sempre incomoda, faz estremecer.

Também nós estamos chamados a ter a astúcia de Jesus, para fazer estremecer a mentira. Tantas vezes os filhos das trevas usam de toda a astúcia para conseguir mais dinheiro, mais poder e mais prestígio; enquanto que os filhos da luz parecem que temos a astúcia e a imaginação um pouco adormecidas. Do mesmo modo que um homem do mundo utiliza a imaginação ao serviço de seus interesses, os cristãos devemos usar nossos talentos ao serviço de Deus e do Evangelho. Por exemplo; quando nos encontramos ante uma pessoa que fala mal da Igreja (coisa que acontece com frequência), com que astúcia sabemos responder a uma critica negativa? Ou em um ambiente de trabalho, com um colega que vive só para si mesmo e não enxerga mais ninguém, com que astúcia saberemos devolver bem por mal? Se o amamos, como Jesus, nossa presença lhe será muito “incômoda”.

Jesus exercia sua autoridade graças ao profundo conhecimento que tinha das pessoas e das situações. Também nós estamos chamados a ter essa autoridade. É um dom que nos vem do alto. Quanto mais pratiquemos colocar as coisas no seus lugares —as pequenas coisas de cada dia— melhor saberemos orientar às pessoas e as situações, graças às inspirações do Espírito Santo.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010




Natanael vai a Jesus

Evangelho (João 1,47-51)





— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 47Jesus viu Natanael que vinha para ele e comentou: “Aí vem um israelita de verdade, um homem sem falsidade”. 48Natanael perguntou: “De onde me conheces?” Jesus respondeu: “Antes que Filipe te chamasse, enquanto estavas debaixo da figueira, eu te vi”. 49Natanael respondeu: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel”. 50Jesus disse: “Tu crês porque te disse: “Eu te vi debaixo da figueira? Coisas maiores que esta verás!” 51E Jesus continuou: “Em verdade, em verdade eu vos digo: Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.



Comentário do Evangelho

Presença de Deus

Este diálogo de Jesus com Natanael faz parte da narrativa da adesão dos primeiros discípulos ao seguimento de Jesus (Jo 1,35-46), conforme o Evangelho de João. Jesus, ao aproximar-se de Natanael, elogia sua retidão e fidelidade às tradições do antigo Israel, antecedente do Judaísmo pós-exílico. Com uma alusão bíblica à figueira
(Mq 4,4; Zc 3,10), toca Natanael, que manifesta sua crença em Jesus. Pode-se ver em Natanael a figura dos discípulos oriundos do Judaísmo que esperavam um messias nacionalista poderoso e glorioso. Porém Jesus adianta que nele próprio se manifestará a plenitude do humano (o Filho do homem), a plenitude de todos os homens e mulheres, aos quais se abrem as portas do céu. Os anjos "descendo e subindo" são uma alusão ao sonho de Jacó (Gn 28,12). Exprime a presença de Deus entre os humanos. Os anjos, como emissários ou representantes de Deus,
integram as tradições persas e mesopotâmicas que foram assimiladas no Primeiro Testamento. São, ainda hoje, fonte de devoções no Cristianismo e em religiões exotéricas.


Autor: José Raimundo Oliva


terça-feira, 28 de setembro de 2010


Evangelho (Lucas 9,51-56)





— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

51Estava chegando o tempo de Jesus ser levado para o céu. Então ele tomou a firme decisão de partir para Jerusalém 52e enviou mensageiros à sua frente. Estes puseram-se a caminho e entraram num povoado de sama­ritanos, a fim de preparar hospedagem para Jesus. 53Mas os samaritanos não o receberam, pois Jesus dava a impressão de que ia a Jerusalém. 54Vendo isso, os discípulos Tiago e João disseram: “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para destruí-los?” 55Jesus, porém, voltou-se e repreendeu-os. 56E partiram para outro povoado.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentário do Evangelho

A missão de Jesus se faz na mansidão

Em seu ministério na Galileia e nos territórios gentílicos vizinhos, Jesus fez seu anúncio libertador nas cidades e povoados, entre os gentios e a minoria judaica aí presente. Jesus decide com firmeza, agora, dar o seu testemunho entre as multidões que acorriam ao centro do poder opressor, em Jerusalém. Sabia do risco que corria, pois os chefes do Templo e das sinagogas procuravam matá-lo, mas não temia enfrentá-los. A caminho de Jerusalém, envia alguns discípulos para preparar hospedagem em um povoado de samaritanos. Provavelmente os discípulos falaram de Jesus como um messias judeu, causando a rejeição dos samaritanos, desprezados pelos judeus. No Evangelho de
João, Jesus, a partir da conversa com a samaritana, é bem acolhido pelos samaritanos. Os discípulos, imbuídos da ideologia do poder, propõem descer fogo do céu para destruí-los, como Elias, que degolou os profetas de Baal. São repreendidos por Jesus. Aqueles discípulos foram malsucedidos em sua missão impregnada da ideologia do poder.
A missão de Jesus se faz na mansidão, na humildade, no serviço, com discípulos unidos em comunidades abertas e acolhedoras.


Autor: José Raimundo Oliva


terça-feira, 21 de setembro de 2010



Jesus transforma e inclui o pecador

Evangelho (Mateus 9,9-13)


A- A+


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 9Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Ele se levantou e seguiu a Jesus.
10Enquanto Jesus estava à mesa, em casa de Mateus, vieram muitos cobradores de impostos e pecadores e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos. 11Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: “Por que vosso mestre come com os cobradores de impostos e pecadores?”
12Jesus ouviu a pergunta e respondeu: “Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. 13Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.


Comentário do Evangelho

Jesus chama um publicano

Os três Evangelhos sinóticos narram o chamado de um publicano por Jesus. Em Marcos e Lucas, o nome do publicano é Levi. Já no Evangelho de Mateus o nome do publicano é também Mateus. Este detalhe induziu à interpretação tradicional de que o autor do Evangelho seja este publicano. O nome "Mateus" só reaparecerá na relação dos "Doze apóstolos", nos três sinóticos. Os publicanos eram os coletores de impostos a serviço dos administradores romanos, que na Galileia estavam sob a autoridade de herodes. Nesta condição chegavam a alcançar uma posição econômica favorecida. Porém eram excluídos da sociedade religiosa judaica. Os fariseus fazem pressão sobre os discípulos de Jesus, procurando desacreditá-lo devido ao fato de comer com publicanos e pecadores. Jesus proclama a sua opção pelos excluídos e marginalizados sob formas diversas. A fidelidade a esta proclamação implica a denúncia da injustiça que reina na sociedade e na busca da construção de uma sociedade justa e fraterna, como compromisso de nossa fé.


Autor: José Raimundo Oliva

segunda-feira, 20 de setembro de 2010


Somos luz transmissores da grande Luz


Evangelho (Lucas 8,16-18)


A- A+
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 16“ninguém acende uma lâmpada para cobri-la com uma vasilha ou colocá-la debaixo da cama; ao contrário, coloca-a no candeeiro, a fim de que todos os que entram vejam a luz. 17Com efeito, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto; e tudo o que está em segredo deverá torna-se conhecido e claramente manifesto.
18Portanto, prestai atenção à maneira como vós ouvis! Pois a quem tem alguma coisa, será dado ainda mais; e àquele que não tem, será tirado até mesmo o que ele pensa ter”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentário do Evangelho A luz é a Palavra Neste seu texto, Lucas segue de perto o Evangelho de Marcos, colocando este bloco de sentenças após a parábola do semeador e sua explicação. Estas sentenças estão dispersas no Evangelho de Mateus. A lâmpada acesa que ilumina, em Mateus , significa os discípulos que devem ser a luz do mundo na sua ação missionária. Em Marcos e em Lucas, a lâmpada é a Palavra, que vem revelar o oculto. Temos aqui dois sentidos: revelar a falsidade da doutrina dos fariseus, ou revelar amplamente os mistérios de Jesus, inicialmente comunicados aos discípulos.
Nesse sentido, segue-se a sentença sobre o que está escondido ou secreto, e que será descoberto e tornado público. A advertência, "olhai, portanto, a maneira como ouvis!", envolve-se em obscuridade. No Evangelho de Marcos encontra-se: "cuidado com o que ouvis!". Pode-se pensar que o Evangelho de Jesus deve ser ouvido com responsabilidade e compromisso, e não de maneira displicente e descomprometida. A sentença final é característica da sociedade que favorece a acumulação de riquezas e a exclusão. Ela pode ser adaptada àqueles que, com fé, acolhem o Reino, em oposição àqueles submissos à ideologia da Lei, que rejeitam a Palavra e perdem suas tradições abraâmicas.


Autor: José Raimundo Oliva






sexta-feira, 17 de setembro de 2010


Discípulas e missionárias de Jesus

Evangelho (Lucas 8,1-3)

Sexta-Feira, 17 de Setembro de 2010
24ª Semana Comum


A- A+


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 1Jesus andava por cidades e povoados, pregando e anunciando a Boa-Nova do Reino de Deus. Os doze iam com ele; 2e também algumas mulheres que haviam sido curadas de maus espíritos e doenças: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios; 3Joana, mulher de Cuza, alto funcionário de Herodes; Susana, e várias outras mulheres que ajudavam a Jesus e aos discípulos com os bens que possuíam.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.


Comentário do Evangelho

Os Doze e as mulheres

Neste curto texto temos um sumário da ação missionária. Esta forma redacional é comum nos Evangelhos e em Atos. O sumário fala do bom andamento da ação missionária e é inserido em momentos de mudança de cena nas narrativas.
Após o sumário, Lucas apresenta uma particularidade: a marcante presença das mulheres no movimento de Jesus. Jesus abandonara Cafarnaum para anunciar a outras cidades a Boa-Nova do Reino de Deus (Lc 4,43). Agora, a missão está em pleno andamento através de cidades e povoados rurais. Lucas descreve a equipe missionária que acompanha Jesus: os Doze e algumas mulheres. Um grupo masculino e um grupo feminino. "Os Doze", como um bloco, remete a uma lista de Doze apóstolos, elaborada pelas comunidades primitivas oriundas do Judaísmo, caracterizando o movimento de Jesus com a continuidade das doze tribos de Israel. Por outro lado temos o grupo das mulheres, três delas sendo identificadas por seu nome. Causa admiração que uma delas, Joana, seja mulher de um alto funcionário de herodes. Espíritos maus, doenças e demônios significam as diversas formas de exclusão da ideologia do Judaísmo, impostas sobre as mulheres. Estas mulheres, e particularmente Madalena, foram libertadas de sua exclusão social e integradas no convívio comunitário de Jesus.


Autor: José Raimundo Oliva


quinta-feira, 2 de setembro de 2010



Jesus entra na barca de Simão e na nossa

Evangelho (Lucas 5,1-11)

Quinta-Feira, 2 de Setembro de 2010
22ª Semana Comum


A- A+


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naqueles tempo, 1Jesus estava na margem do lago de Ge­nesaré, e a multidão apertava-se a seu redor para ouvir a palavra de Deus. 2Jesus viu duas barcas paradas na margem do lago. Os pescadores haviam desembarcado e lavavam as redes. 3Subindo numa das barcas, que era de Simão, pediu que se afastasse um pouco da margem. Depois sentou-se e, da barca, ensinava as multidões.
4Quando acabou de falar, disse a Simão: “Avança para águas mais profundas, e lançai vossas redes para a pesca”. 5Simão respondeu: “Mestre, nós trabalhamos a noite inteira e nada pescamos. Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes”. 6Assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes que as redes se rompiam. 7Então fizeram sinal aos companheiros da outra barca, para que viessem ajudá-los. Eles vieram, e encheram as duas barcas, a ponto de quase afundarem.
8Ao ver aquilo, Simão Pedro atirou-se aos pés de Jesus, dizendo: “Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador!” 9É que o espanto se apoderara de Simão e de todos os seus companheiros, por causa da pesca que acabavam de fazer. 10Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram sócios de Simão, também ficaram espantados. Jesus, porém, disse a Simão: “Não tenhas medo! De hoje em diante tu serás pescador de homens”. 11Então levaram as barcas para a margem, deixaram tudo e seguiram a Jesus.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.


Comentário do Evangelho

Anúncio da Palavra

O ministério de Jesus se inicia em contato com as multidões que a ele acorrem para ouvir a sua Palavra. Do anúncio da Palavra, Jesus passa à pesca: induz Pedro a lançar a rede e pegam grande quantidade de peixes. Diante da pregação de Jesus e de sua intuição surpreendente, Simão Pedro ajoelha-se perante ele, proclamando-se "pecador". Os trabalhadores, empobrecidos e excluídos, por exigências de suas profissões, frequentemente infringiam as centenas de observâncias da Lei, e por isso eram considerados "pecadores". Jesus remove a humilhação de Pedro, "não tenhas medo", e o convida para ser "pescador de homens" participando do anúncio da Palavra, sendo seguido pelos demais.


Autor: José Raimundo Oliva


terça-feira, 31 de agosto de 2010

Jesus liberta as pessoas

Evangelho (Lucas 4,31-37)

Terça-Feira, 31 de Agosto de 2010
22ª Semana Comum


A- A+


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 31Jesus desceu a Cafarnaum, cidade da Galileia, e aí ensinava-os aos sábados. 32As pessoas ficavam admiradas com o seu ensinamento, porque Jesus falava com autoridade. 33Na sinagoga, havia um homem possuído pelo espírito de um demônio impuro, que gritou em alta voz: 34“Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus!”
35Jesus o ameaçou, dizendo: “Cala-te, e sai dele!” Então o demônio lançou o homem no chão, saiu dele, e não lhe fez mal nenhum. 36O espanto se apossou de todos e eles comentavam entre si: “Que palavra é essa? Ele manda nos espíritos impuros, com autoridade e poder, e eles saem”. 37E a fama de Jesus se espalhava em todos os lugares da redondeza.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.


Comentário do Evangelho

Esperança

Lucas explica a seus leitores, pouco conhecedores da Palestina, que Cafarnaum é uma cidade da Galileia. A narrativa acima é uma tradição coletada também por Marcos em seu Evangelho, anterior a Lucas. Nela, o destaque
é o ensinamento de Jesus, que liberta da antiga doutrina com sua palavra revestida de autoridade. A palavra "autoridade" é a expressão do reconhecimento da autenticidade e da coerência de Jesus no seu compromisso com a verdade e com a vida. O demônio que possui o homem na sinagoga fala no plural: "Que queres de nós? Vieste para nos destruir?". É a expressão dos chefes religiosos das sinagogas, com o poder centralizado no Templo de Jerusalém, com uma doutrina opressora sobre o povo humilde e submisso. Esta fala resume o conflito de Jesus com as sinagogas, o qual se desenvolverá e ampliará ao longo de seu ministério. Com seu ensinamento, Jesus dissipa das mentes as trevas alienantes da ideologia do poder, gerando esperança e alegria entre todos.


Autor: José Raimundo Oliva


segunda-feira, 30 de agosto de 2010


Acolhem, admiram, rejeitam e condenam

Evangelho (Lucas 4,16-30)

Segunda-Feira, 30 de Agosto de 2010
22ª Semana Comum


A- A+


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 16veio Jesus à cidade de Nazaré, onde se tinha criado. Conforme seu costume, entrou na sinagoga no sábado, e levantou-se para fazer a leitura. 17Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus achou a passagem em que está escrito: 18“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos 19e para proclamar um ano da graça do Senhor”.
20Depois fechou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21Então começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”. 22Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca. E diziam: “Não é este o filho de José?”
23Jesus, porém, disse: “Sem dúvida, vós me repetireis o provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo. Faze também aqui, em tua terra, tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum”. 24E acrescentou: “Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. 25De fato, eu vos digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e houve grande fome em toda a região, havia muitas viúvas em Israel. 26No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva que vivia em Sarepta, na Sidônia.
27E no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum deles foi curado, mas sim Naamã, o sírio”. 28Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos. 29Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no até o alto do monte sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de lançá-lo no precipício. 30Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentário do Evangelho

Vem libertar os oprimidos

Nesta narrativa de Lucas podemos ver dois temas fundamentais, que estarão presentes ao longo de seu Evangelho. Primeiro, a caracterização do ministério de Jesus, como sendo aquele que vem libertar os aprisionados e oprimidos e trazer a luz que remove as ilusões e seduções do mundo dos poderosos, e que ilumina o caminho da vida no encontro com o Pai. Em segundo lugar, fica caracterizado o clima de rejeição e perseguição da parte dos judeus de Israel, que acompanhará Jesus ao longo de seu ministério, culminando com sua morte na cruz.


Autor: José Raimundo Oliva

quinta-feira, 26 de agosto de 2010


Vigiar para ser fiel

Evangelho (Mateus 24,42-51)

Quinta-Feira, 26 de Agosto de 2010
21ª Semana Comum


A- A+


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo disse Jesus aos seus discípulos: 42“Ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor! 43Compreendei bem isso: se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, certamente vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada.
44Por isso, também vós ficai preparados! Porque na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá. 45Qual é o empregado fiel e prudente, que o senhor colocou como responsável pelos demais empregados, para lhes dar alimento na hora certa? 46Feliz o empregado, cujo senhor o encontrar agindo assim, quando voltar.
47Em verdade vos digo, ele lhe confiará a administração de todos os seus bens. 48Mas, se o empregado mau pensar: ‘Meu senhor está demorando’, 49e começar a bater nos companheiros, a comer e a beber com os bêbados; 50então o senhor desse empregado virá no dia em que ele não espera, e na hora que ele não sabe. 51Ele o partirá ao meio e lhe imporá a sorte dos hipócritas. Ali haverá choro e ranger de dentes”.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.


Comentário do Evangelho

Vigiai e orai

Temos aqui duas parábolas sobre a necessidade de vigiar, na espera dos últimos tempos (escatologia). A advertência inicial "vigiai" também é dirigida por Jesus aos discípulos na sua oração no Monte das Oliveiras, na
eminência de sua prisão, por três vezes, com a conclusiva: "Vigiai e orai, para não cairdes em tentação". Como o dono da casa que não quer que seus bens sejam tomados pelo ladrão, os discípulos também devem vigiar continuamente para que sua vida não seja tomada pelos poderosos deste mundo, na ambição do dinheiro. Mas em que consiste a vigilância? A parábola seguinte o esclarece. O discípulo deve agir como o servo prudente. A proposta é assumir o serviço aos mais carentes como realização pessoal e partilha da vida. É a prática do amor solidário, não apenas em vista de um bem futuro, mas na comunhão de vida eterna com o próprio Jesus presente, hoje, entre os irmãos.


Autor: José Raimundo Oliva


quarta-feira, 25 de agosto de 2010


Fariseus, hipócritas, sem transparência

Evangelho (Mateus 23,27-32)

Quarta-Feira, 25 de Agosto de 2010
21ª Semana Comum


A- A+


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus: 27“Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós sois como sepulcros caiados: por fora parecem belos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda podridão! 28Assim também vós: por fora, pareceis justos diante dos outros, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e injustiça.
29Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós construís sepulcros para os profetas e enfeitais os túmulos dos justos, 30e dizeis: ‘Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos sido cúmplices da morte dos profetas’. 31Com isso, confessais que sois filhos daqueles que mataram os profetas. 32Completai, pois, a medida de vossos pais!”


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.


Comentário do Evangelho

Verdadeira compreensão do Deus de amor

Temos aqui os dois últimos "Ai de vós [.]", dos sete que Mateus reúne neste capítulo 23. Nas grandes festas, os sepulcros eram caiados, não só para melhorar suas aparências, mas também para serem destacados em vista de evitar algum contato involuntário de alguém que, assim, se tornaria impuro. A comparação entre os fariseus e os sepulcros caiados tem duplo sentido. A aparência honrada e justa destes fariseus não correspondia ao seu interior, cheio de injustiça e discriminação. E, também, a doutrina que emanava de seus corações era um foco de contaminação que desviava os fiéis da verdadeira compreensão do Deus de amor. Eram hipócritas em aparentar
santidade e falar em nome de Deus impondo uma Lei que discrimina e oprime, deixando de lado o mandamento do amor, que acolhe e promove a vida sem exclusões. hipócritas, também, em renderem homenagens aos profetas
assassinados pelos seus antepassados e promoverem a morte de Jesus, completando a medida de seus pais.


Autor: José Raimundo Oliva