Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus:
Naquele tempo, 29Jesus foi para as
margens do mar da Galiléia, subiu a montanha, e sentou-se. 30Numerosas
multidões aproximaram-se dele, levando consigo coxos, aleijados, cegos,
mudos, e muitos outros doentes. Então os colocaram aos pés de Jesus. E
ele os curou. 31O povo ficou admirado, quando viu os mudos falando, os
aleijados sendo curados, os coxos andando e os cegos enxergando. E
glorificaram o Deus de Israel. 32Jesus chamou seus discípulos e disse:
"Tenho compaixão da multidão, porque já faz três dias que está comigo, e
nada tem para comer. Não quero mandá-los embora com fome, para que não
desmaiem pelo caminho". 33Os discípulos disseram: "Onde vamos buscar,
neste deserto, tantos pães para saciar tão grande multidão?" 34Jesus
perguntou: "Quantos pães tendes?" Eles responderam: "Sete, e alguns
peixinhos". 35E Jesus mandou que a multidão se sentasse pelo chão.
36Depois pegou os sete pães e os peixes, deu graças, partiu-os, e os
dava aos discípulos, e os discípulos, às multidões. 37Todos comeram, e
ficaram satisfeitos; e encheram sete cestos com os pedaços que sobraram.
- Palavra da salvação
- Glória a Vós, Senhor.
Comentário ao Evangelho do dia feito por Papa Bento XVI
Homilia de 29/5/2005, na conclusão do Congresso
Eucarístico Italiano (© copyright L. E. V., rev.)
A Eucaristia, Sacramento do mundo renovado
Queridos amigos [...], temos de
redescobrir a alegria do domingo cristão. Temos de redescobrir com
orgulho o privilégio de poder participar na Eucaristia, que é o
sacramento do mundo renovado. A ressurreição de Cristo aconteceu no
primeiro dia da semana, que nas Escrituras é o dia da criação do mundo.
Precisamente por isto o domingo era considerado pela comunidade cristã
dos primeiros tempos como o dia em que teve início o novo mundo, aquele
no qual, com a vitória de Cristo sobre a morte, começou a nova criação.
Recolhendo-se em volta da mesa eucarística, a comunidade ia-se modelando
como novo povo de Deus.
Santo Inácio de Antioquia
qualificava os cristãos como «aqueles que alcançaram a nova esperança», e
apresentava-os como pessoas «que vivem segundo o domingo (iuxta
dominicam viventes)». Nesta perspectiva o Bispo antioqueno perguntava:
«Como poderemos viver sem Aquele pelo qual também os profetas
esperaram?» (Epist. ad Magnesios, 9, 1-2) «Como poderemos viver sem
Ele?» Sentimos ressoar nestas palavras de Santo Inácio a afirmação dos
mártires de Abitene: «Não podemos viver sem o domingo (Sine dominico non
possumus)». Precisamente disto brota a nossa oração: que também os
cristãos de hoje reencontrem a consciência da importância decisiva da
celebração dominical e saibam tirar da participação na Eucaristia o
estímulo necessário para um novo compromisso no anúncio ao mundo de
Cristo, «nossa paz» (Ef 2, 14). Amém!