sexta-feira, 30 de julho de 2010



Jesus em Nazaré não pode fazer muitos milagres

Evangelho (Mateus 13,54-58)

Sexta-Feira, 30 de Julho de 2010
São Pedro Crisólogo


A- A+


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 54dirigindo-se para a sua terra, Jesus ensinava na sinagoga, de modo que ficavam admirados. E diziam: “De onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres? 55Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? 56E suas irmãs não moram conosco? Então, de onde lhe vem tudo isso?” 57E ficaram escandalizados por causa dele. Jesus, porém, disse: “Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família!” 58E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.



Comentário do Evangelho

Jesus agia pela sublimidade do amor

Esta narrativa está presente nos três Evangelhos sinóticos, com o intento de insistir na rejeição de Jesus por parte dos judeus. Lucas, em seu Evangelho, nomeia o local da cena: Nazaré. Mateus, assim como Marcos, diz apenas: "Sua própria terra". Mateus preocupa-se em descrever o ambiente familiar de Jesus. Entre seus "irmãos" está Tiago, que será a figura mais eminente na igreja de Jerusalém. Jesus ensinava com palavras que demonstravam sabedoria. E tinha uma capacidade de agir que transformava as pessoas. Era o resultado de sua "força", sua
"energia". "Força", "energia" são o significado de uma palavra grega que foi, tradicionalmente, traduzida por "milagre". Jesus não agia por um grande poder dominador, mas pela sublimidade do amor. Uma sociedade como a nossa, moldada pela ideologia da submissão ao poder, não é sensível e não reconhece o amor. A nossa missão é transformar, cada vez mais, esta sociedade. Isto se dá, vivenciando o amor e os laços de fraternidade que
proporcionam a restauração da dignidade de seus membros.


Autor: José Raimundo Oliva


quinta-feira, 29 de julho de 2010



Evangelho (João 11,19-27)

Quinta-Feira, 29 de Julho de 2010
Santa Marta


A- A+


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 19muitos judeus tinham vindo à casa de Marta e Maria para as consolar por causa do irmão. 20Quando Marta soube que Jesus tinha chegado, foi ao encontro dele. Maria ficou sentada em casa.
21Então Marta disse a Jesus: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. 22Mas mesmo assim, eu sei que o que pedires a Deus, ele te concederá”. 23Respondeu-lhe Jesus: “Teu irmão ressuscitará”. 24Disse Marta: “Eu sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia”.
25Então Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. 26E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês isto?” 27Respondeu ela: “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo”.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.



Comentário do Evangelho

Jesus é a ressurreição e a vida

Marta é mencionada apenas no Evangelho de Lucas (Lc 10,38-42) e no de João (duas vezes - Jo 11,1-44; 12,1-7). Em Lucas ela é identificada como irmã de Maria, e em João, como irmã de Maria e de Lázaro. Marta, a partir do texto de Lucas, era vista pela tradição cristã como o protótipo da vida ativa, censurada por Jesus a favor da
contemplativa Maria. Nesta tradição a vida religiosa contemplativa era supervalorizada, relegando-se os "leigos", com sua vida ativa, a uma condição de inferioridade. hoje, com a compreensão da importância da presença da Igreja no mundo para transformá-lo em suas estruturas fundamentais, tais critérios são descartados. Neste diálogo com Jesus, a partir da morte de Lázaro, Marta afirma sua crença na ressurreição do último dia, conforme a tradição farisaica. Jesus, porém, identifica-se com a ressurreição e a vida. Aquele que vive e crê em Jesus já tem a vida eterna.


Autor: José Raimundo Oliva


quarta-feira, 28 de julho de 2010




O Reino é um tesouro, uma pérola

Evangelho (Mateus 13,44-46)

Quarta-Feira, 28 de Julho de 2010
17ª Semana Comum


A- A+


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 44“O Reino do Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo. 45O Reino dos Céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas. 46Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola”.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.



Comentário do Evangelho

Verdadeiro entre os homens

Das parábolas de Mateus, várias não são registradas nos outros sinóticos, talvez por ele ter acesso a uma fonte desconhecida dos demais. É o caso das duas curtas parábolas de hoje. Ambas têm o mesmo ensinamento: uma grande descoberta revela o valor oculto daquilo que comumente é ignorado ou desprezado. Um campo que era comum para um homem, passou a ter valor para outro. Uma pérola desprezada por um foi valorizada por outro. Isto porque estes descobriram o valor oculto do campo e da pérola. O Reino dos Céus é a revelação do valor de cada pessoa e da própria criação. São valores que estão comumente ocultos àqueles que se encontram absorvidos ou em acumular riquezas ou, de maneira oposta, em lutar penosamente pela sua sobrevivência. A sociedade torna-se individualista, insensível ao próximo e à natureza. A encarnação e a vida de Jesus são a revelação do valor da criação. E por um ato de amor de Deus, tudo que é digno, justo e verdadeiro entre os homens, assumido no amor e em fraternidade, passa a ser o caminho para nos inserir na própria vida divina. Somos convidados a trocar os projetos de sucesso, segundo a ideologia dos poderosos deste mundo, pelo projeto do Reino, que é o resgate do valor da criação, das pessoas e da natureza.


Autor: José Raimundo Oliva


terça-feira, 27 de julho de 2010



Evangelho (Mateus 13,36-43)

Terça-Feira, 27 de Julho de 2010
17ª Semana Comum


A- A+


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 36Jesus deixou as multidões e foi para casa. Seus discípulos aproximaram-se dele e disseram: “Explica-nos a parábola do joio!” 37Jesus respondeu: “Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem. 38O campo é o mundo. A boa semente são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao Maligno. 39O inimigo que semeou o joio é o diabo. A colheita é o fim dos tempos. Os ceifadores são os anjos. 40Como o joio é recolhido e queimado ao fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos: 41o Filho do Homem enviará os seus anjos e eles retirarão do seu Reino todos os que fazem outros pecar e os que praticam o mal; 42e depois os lançarão na fornalha de fogo. Ali haverá choro e ranger de dentes. Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça”.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentário do Evangelho

Parábola do joio

Dentre as parábolas que encontramos nos Evangelhos (cerca de 30), duas delas são seguidas de uma explicação, com um caráter catequético. São a parábola do semeador e esta parábola do joio, que é exclusiva de Mateus. Há um consenso de que estas explicações são elaborações das comunidades primitivas ao fazerem memória
do ministério de Jesus. Ao atribuir a cada imagem da parábola um sentido determinado, passa-se a fazer uma interpretação alegórica. Ela tem claramente um sentido escatológico e apocalíptico, isto é, fala mais do fim dos tempos do que do Reino presente entre os discípulos. A escatologia apocalíptica tem origem no Dia de Javé, dia da vingança de Javé sobre os inimigos de Israel, e é impregnada de discriminação e violência, destoando da prática misericordiosa
de Jesus.


Autor: José Raimundo Oliva


segunda-feira, 26 de julho de 2010



Ver e ouvir Jesus

Leitura Orante



Mt 13,16-17

Jesus continuou, dizendo:
- Mas vocês, como são felizes! Pois os seus olhos vêem, e os seus ouvidos ouvem. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: muitos profetas e muitas outras pessoas do povo de Deus gostariam de ver o que vocês estão vendo, mas não puderam; e gostariam de ouvir o que vocês estão ouvindo, mas não ouviram.



Comentário do Evangelho

"Se compreenderdes, sereis bem-aventurados"

Várias vezes encontramos nos Evangelhos a proclamação de bem-aventuranças (makarioi: bem-aventurados, às vezes traduzido simplesmente por felizes). São conhecidas as bem-aventuranças do início do Sermão da Montanha, em Mateus (5,3-11), e do sermão da planície, em Lucas (6,20-22). Outras podem ser lembradas: "Bem-aventurado aquele que não se escandalizar por causa de mim!" (Mt 11,6; Lc 7,23); "Bem-aventurados, antes, os que ouvem a Palavra de Deus e a observam" (Lc 11,28); "Se compreenderdes isso e o praticardes, sereis bem-aventurados" (Jo
13,17); "Bem-aventurados sois, se sofreis injúrias por causa do nome do Cristo" (1Pd 4,14). A bem-aventurança não é a promessa de uma recompensa a uma ação que se propõe. A bem-aventurança é a confirmação de um estado de felicidade em que se vive, na prática de ações em conformidade com a vontade de Deus. Os discípulos que usufruem a presença de Jesus, aos quais está sendo revelada a proposta do Reino, são bem-aventurados. Eles veem Jesus e ouvem as suas palavras - coisas que muitos profetas e justos gostariam de ter visto e ouvido. há tempo para tudo. No tempo da encarnação os primeiros discípulos gozaram desta bem-aventurança. Porém, terminado o ministério de Jesus na história, são "bem-aventurados os que não viram e creram!" (Jo 20,29). Joaquim e Ana, pai e mãe de Maria
segundo a tradição, são bem-aventurados por sua filha.


Autor: José Raimundo Oliva

sexta-feira, 23 de julho de 2010


O Semeador


Mt 13,18-23

- Então escutem e aprendam o que a parábola do semeador quer dizer. As pessoas que ouvem a mensagem do Reino, mas não a entendem, são como as sementes que foram semeadas na beira do caminho. O Maligno vem e tira o que foi semeado no coração delas. As sementes que foram semeadas onde havia muitas pedras são as pessoas que ouvem a mensagem e a aceitam logo com alegria, mas duram pouco porque não têm raiz. E, quando por causa da mensagem chegam os sofrimentos e as perseguições, elas logo abandonam a sua fé. Outras pessoas são parecidas com as sementes que foram semeadas no meio dos espinhos. Elas ouvem a mensagem, mas as preocupações deste mundo e a ilusão das riquezas sufocam a mensagem, e essas pessoas não produzem frutos. E as sementes que foram semeadas em terra boa são aquelas pessoas que ouvem, e entendem a mensagem, e produzem uma grande colheita: umas, cem; outras, sessenta; e ainda outras, trinta vezes mais do que foi semeado.

Comentário do Evangelho

Palavra anunciada

há um consenso de que esta explicação da parábola do semeador é fruto da reflexão das primeiras comunidades para orientar a catequese e a missão. As diversas situações em que se encontram os grãos semeados correspondem às diversas maneiras como os membros das comunidades recebem a Palavra anunciada. Para uns a Palavra ouvida não vai além de uma religião supérflua que não questiona as grandes injustiças das estruturas sociais e econômicas. Outros se contentam com uma religião festiva e ritualista que não transforma concretamente este mundo. E há aqueles para os quais a Palavra ouvida não abala sua religião de conveniência, que convive com a ambição e o desejo de ter cada vez mais. A estas situações adversas se contrapõem aqueles que ouvem a Palavra e
mudam de vida. Integram-se em comunidades fraternas e solidárias que se empenham na construção de um mundo novo, conforme a vontade de Deus.


Autor: José Raimundo Oliva





quinta-feira, 22 de julho de 2010




Madalena: a primeira testemunha da Ressurreição

Evangelho (João 20,1-2.11-18)

Quinta-Feira, 22 de Julho de 2010
Santa Maria Madalen
a


A- A+


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

1No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. 2Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”. 11Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se e olhou para dentro do túmulo. 12Viu, então, dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. 13Os anjos perguntaram: “Mulher, por que choras?” Ela respondeu: “Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”. 14Tendo dito isto, Maria voltou-se para trás e viu Jesus, de pé. Mas não sabia que era Jesus. 15Jesus perguntou-lhe: “Mulher, por que choras? A quem procuras?” Pensando que era o jardineiro, Maria disse: “Senhor, se foste tu que o levaste dize-me onde o colocaste, e eu o irei buscar”. 16Então Jesus disse: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabunni” (que quer dizer: Mestre). 17Jesus disse: “Não me segures. Ainda não subi para junto do Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. 18Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor”, e contou o que Jesus lhe tinha dito.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.



Comentário do Evangelho

As comunidades vivem a presença real de Jesus

Enquanto nos Evangelhos sinóticos são mencionadas outras mulheres, além de Maria Madalena, em visita ao túmulo de Jesus, o Evangelho de João menciona só Maria Madalena. Ficando ali, chorando, embora cheia de amor no coração, vê Jesus, de pé, mas não o reconhece. Nela, temos a expressão da dificuldade dos discípulos em entender a ressurreição. Fixada no evento da morte, não percebe a ressurreição. Ao ser chamada pelo nome, reconhece Jesus e pensa em retê-lo, como presença corpórea. Jesus a adverte e diz viver agora uma nova realidade, em resença de seu Pai e de nosso Pai. As comunidades vivem a presença real de Jesus, identificado fisicamente com os irmãos, particularmente os mais excluídos.


Autor: José Raimundo Oliva


terça-feira, 20 de julho de 2010




É da família de Jesus quem faz a vontade de Deus


Evangelho (Mateus 12,46-50)

Terça-Feira, 20 de Julho de 2010
16ª Semana Comum


A- A+


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 46enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. 47Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo”.
48Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” 49E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. 50Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentário do Evangelho

Compromisso em fazer a vontade do Pai

Jesus, colocando os laços de sangue em segundo plano diante da vontade de Deus, descarta o valor das origens genealógicas, elaboradas pelo Judaísmo surgido no pós-exílio. Todos são chamados independentemente de raça ou de qualquer deus nacionalista ou apropriado por algum império. O chamado é o compromisso em fazer a vontade do Pai. Esta é a obra vivificante no empenho de que todos tenham vida. A família de Jesus une-se em torno da libertação, do serviço, da solidariedade, da misericórdia, da acolhida aos pobres, da prática da justiça, da defesa dos direitos humanos, do direito à alimentação, do direito à posse da terra e à moradia, do direito de todos a constituir dignamente sua família. As genealogias associavam-se ao direito à posse da Terra Prometida. Para Jesus, a Terra Prometida é toda a terra. Prometida a todos os povos. É a terra a serviço da vida, e não a terra ocupada por guerras de conquista
em vista do acúmulo de riqueza e de poder, com a exclusão dos pequenos e oprimidos. Maria, mais do que por seus laços de sangue com Jesus, é bem-aventurada por sua união à vontade do Pai: "Faça-se em mim segundo a tua palavra".


Autor: José Raimundo oliva


domingo, 18 de julho de 2010




Jesus visita Marta e Maria

Evangelho (Lucas 10,38-42)

Domingo, 18 de Julho de 2010
16º Domingo Comum


A- A+


— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 38Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta, recebeu-o em sua casa. 39Sua irmã, chamada Maria, sentou-se aos pés do Senhor, e escutava sua palavra.
40Marta, porém, estava ocupada com muitos afazeres. Ela aproximou-se e disse: “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha, com todo o serviço? Manda que ela me venha ajudar!”
41 O Senhor, porém, lhe respondeu: “Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. 42Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada”.




- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.


Comentário do Evangelho

Duas mulheres: Marta e Maria

A ênfase da narrativa de Lucas está no comportamento das duas mulheres, irmãs, expressamente nomeadas, Marta e Maria, em sua casa. Marta e Maria dedicam-se com amor à acolhida de Jesus. Marta, provavelmente a mais velha, dona da casa, recebe Jesus e põe-se a cuidar do necessário ao bem-estar do hóspede. Maria não deixa o hóspede só, e, aos seus pés, dedica-lhe atenção, permanecendo na escuta. Ambas as coisas agradavam o hóspede. A narrativa não quer contrapor os dois comportamentos de Marta e Maria. Ela é rica de significados. Na cultura do Judaísmo, as mulheres deviam limitar-se ao serviço doméstico. Os mestres da Lei consideravam que não cabia às mulheres se aprofundarem nos seus ensinamentos. Agora, aos pés de Jesus, Maria, qual um discípulo aos pés do mestre, dedica-se à escuta de seus ensinamentos. Marta, sob a influência da ideologia judaica, rejeita a atitude de Maria e o comunica a Jesus. Com palavras de carinho, ele faz com que ela veja que se deve libertar da condição limitada que lhe é imposta culturalmente e abrir-se ao novo e ao melhor, como Maria. O único necessário é o serviço à vida. Os cuidados domésticos e a escuta da Palavra são necessários. Contudo, é a Palavra libertadora e vivificante que orienta e dá sentido a todas as atividades. A liturgia apresenta, na primeira leitura, as figuras de Abraão e Sara que, como Marta, empenham-se no preparo do alimento dos três hóspedes. Na segunda leitura, é a figura de
Paulo, que, como Maria, acolheu uma revelação, e passa a anunciá-la entre os pagãos.


Autor: José Raimundo Oliva

sexta-feira, 16 de julho de 2010


A família de Jesus

Evangelho (Mateus 12,46-50)

Sexta-Feira, 16 de Julho de 2010
Nossa Senhora do Carmo


A- A+


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 46enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. 47Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo”.
48Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” 49E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. 50Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.


Comentário do Evangelho

Fazer a vontade do Pai

Esta narrativa cria uma tensão quando Jesus fala às multidões enquanto, do lado de fora, ficam sua mãe e seus irmãos, que procuram falar com ele. O que está em foco é uma reformulação da família em vista do cumprimento da vontade do Pai, conforme pedimos na oração do Pai-Nosso. A conversão pessoal implica a conversão da família. Uma renovação dos valores supõe uma reformulação das relações familiares. No Judaísmo são os laços sanguíneos que
constituem os elos genealógicos que vinculam às origens abraâmicas de povo eleito. Jesus apresenta como critério de pertinência à sua família divina não os laços sanguíneos, mas o cumprimento da vontade do Pai, que está nos céus. De um modo mais geral, as tradições familiares são perpetuadas em vista da posse de bens, gozo de privilégios ou de submissão à ordem das estruturas da sociedade injusta. À medida que a família se compromete com
fazer a vontade do Pai, ela se abre para a partilha, a solidariedade e a acolhida aos mais excluídos, sem preconceitos e com amor transformador. Maria, acompanhando seu filho, guardava em seu coração tudo que observava e ia amadurecendo sua compreensão a respeito da revelação de Jesus.


Autor: José Raimundo OLiva


quinta-feira, 15 de julho de 2010


Eu lhes darei descanso

Evangelho (Mateus 11,28-30)

Quinta-Feira, 15 de Julho de 2010
São Boaventura


A- A+


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, tomou Jesus a palavra e disse: 28 “Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso.
29Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. 30Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.


Comentário do Evangelho

Jesus a todos convida ao seu seguimento

Jesus a todos convida ao seu seguimento. Ele se dirige a todas as pessoas em todos os tempos. É o Jesus simples, humano, sensível, que se faz presente entre nós, com suas palavras carinhosas e sedutoras, que são luz e vida. Os discípulos, no tempo de Jesus, viviam sob o jugo da Lei. Os escribas e fariseus amarravam fardos pesados sobre seus ombros (Mt 23,4), sob a forma dos inúmeros preceitos legais, as exigências de ofertas, as discriminações, as humilhações e as exclusões. Jesus oferece o jugo do cumprimento da vontade do Pai. Esta vontade é o dom da vida eterna, e o caminho é a prática das bem-aventuranças, que levam a um estado de felicidade divina e a uma alegria comunicativa. O mundo, dominado pelos ambiciosos e poderosos, também amarra fardos pesados tanto sobre os inseridos no sistema global, quanto sobre os excluídos, cada um a seu modo. As opressões sob formas diversificadas, as ansiedades, as frustrações, os estresses urbanos, a violência e o medo que provocam a carência, a fome, a doença, a miséria. Jesus, manso e humilde de coração, oferece a sua paz. O mesmo coraçãozinho que batia junto com o coração de Maria, em seu ventre. É o Jesus humano, com seu coração compassivo, que convivendo conosco nos revela o Pai, nos comunica seu Espírito de amor, nos ilumina e conforta, nos estimula à luta e nos dá a vida eterna.


Autor: José Raimundo Oliva


quarta-feira, 14 de julho de 2010



Deus se revela aos simple

Evangelho (Mateus 11,25-27)

Quarta-Feira, 14 de Julho de 2010
São Camilo de Léllis


A- A+


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

25Naquele tempo, Jesus pôs-se a dizer: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pe¬que¬ninos. 26Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. 27Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor

Comentário do Evangelho

A revelação de Jesus

Nesta breve oração de louvor, seguida da afirmação da união de conhecimento entre o Filho e o Pai, encontramos semelhanças de estilo com outras passagens do Evangelho de João, relativas a Jesus: dirigir-se diretamente ao Pai, em oração de louvor (Jo 11,41b-42); tudo entregue pelo Pai e a revelação do Filho (Jo 17,6); o conhecimento entre o Filho e o Pai (Jo 17,25-26). De maneira sublime é afirmada a acolhida dos pequeninos pelo Pai. Os pequeninos são os pobres bem-aventurados, simples e humildes, privados e carentes, em busca do socorro de Deus e ansiosos pela mudança do sistema de opressão. Os sábios e entendidos são os autossuficientes peritos da Lei e os que, usando seus dons, ascenderam ao poder tornando-se opressores e, bem instalados em seus privilégios, não querem mudanças. Os critérios de valor, a partir da ótica do amor de Deus, são incompatíveis com os critérios do mundo de privilégios, riqueza e poder. Completando a oração, Jesus afirma a sua união de conhecimento com o Pai, que é a
fonte da sua revelação. Em Deus a relação de conhecimento é relação de amor. A revelação de Jesus é para o mundo, para todos que têm fome e sede de justiça, e são solidários com os pobres, pequeninos e excluídos.


Autor: José Raimundo Oliva


terça-feira, 13 de julho de 2010


As cidades que não creram

Evangelho (Mateus 11,20-24)

Terça-Feira, 13 de Julho de 2010
15ª Semana Comum


A- A+


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 20Jesus começou a censurar as cidades onde fora realizada a maior parte de seus milagres, porque não se tinham convertido.
21“Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se os milagres que se realizaram no meio de vós, tivessem sido feitos em Tiro e Sidônia, há muito tempo elas teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e cobrindo-se de cinza.
22Pois bem! Eu vos digo: no dia do julgamento, Tiro e Sidônia serão tratadas com menos dureza do que vós. 23E tu, Cafarnaum! Acaso serás erguida até o céu? Não! Serás jogada no inferno! Porque, se os milagres que foram realizados no meio de ti tivessem sido feitos em Sodoma, ela existiria até hoje! 24Eu, porém, vos digo: no dia do juízo, Sodoma será tratada com menos dureza do que vós!”


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.



Comentário do Evangelho

Tiro e Sidônia

Concluído o "discurso missionário" em que Mateus reúne várias sentenças de Jesus, seguem-se um julgamento sobre "esta geração" que rejeitou João Batista e Jesus e uma lamentação sobre três cidades. Esta dura lamentação está também em Lucas inserida no envio dos "setenta e dois" em missão. A lamentação não se dirige às
grandes cidades helênicas da Galileia, como Séforis e Tiberíades. As cidades imprecadas são de médio porte, sob influência de sinagogas locais. Corazim e Betsaida situavam-se ao norte de Cafarnaum, todas às margens do Mar da Galileia. Cafarnaum é a cidade da residência de Jesus. As cidades comparadas são: Tiro e Sidônia, cidades gentias, na costa norte mediterrânea, e malvistas pelos judeus; Sodoma e Gomorra são cidades-símbolo da corrupção na tradição de Israel, destruídas por castigo divino no Primeiro Testamento. A censura às cidades tem o sentido de censura ao poder político-religioso nelas sediado.


Autor: José Raimundo Oliva

domingo, 11 de julho de 2010


Evangelho (Lucas 10,25-37)

Domingo, 11 de Julho de 2010
15º Domingo Comum


A- A+


— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 25um mestre da Lei se levantou e, querendo pôr Jesus em dificuldade, perguntou: “Mestre, que devo fazer para receber em herança a vida eterna?”
26Jesus lhe disse: “O que está escrito na Lei? Como lês?”
27Ele então respondeu: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência; e ao teu próximo como a ti mesmo!”
28Jesus lhe disse: “Tu respondeste corretamente. Faze isso e viverás”.
29Ele, porém, querendo justificar-se, disse a Jesus: “E quem é o meu próximo?”
30Jesus respondeu: “Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de assaltantes. Estes arrancaram-lhe tudo, espancaram-no, e foram-se embora, deixando-o quase morto.
31Por acaso, um sacerdote estava descendo por aquele caminho. Quando viu o homem, seguiu adiante, pelo outro lado.
32O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu o homem e seguiu adiante, pelo outro lado.
33Mas um samaritano, que estava viajando, chegou perto dele, viu e sentiu compaixão. 34Aproximou-se dele e fez curativos, derramando óleo e vinho nas feridas. Depois colocou o homem em seu próprio animal e levou-o a uma pensão, onde cuidou dele.
35No dia seguinte, pegou duas moedas de prata e entregou-as ao dono da pensão, recomendando: ‘Toma conta dele! Quando eu voltar, vou pagar o que tiveres gasto a mais’”.
E Jesus perguntou:
36“Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?”
37Ele respondeu: “Aquele que usou de misericórdia para com ele”.
Então Jesus lhe disse: “Vai e faze a mesma coisa”.





Comentário do Evangelho

Amar a Deus e o amar ao próximo

Na obra de Lucas (Evangelho e Atos), predomina o caráter teológico sobre o histórico ao se fazer memória de Jesus de Nazaré. Marcos e Mateus já haviam apresentado a narrativa sobre o primeiro mandamento (cf. 3 jun., 20 ago.). Lucas adapta-a para ser a introdução à sua parábola do samaritano. A narrativa começa, subitamente, com um
doutor da Lei que se levanta para perguntar a Jesus o que fazer para herdar a vida eterna. A ideologia do doutor é a do mérito pessoal: fazer obras para herdar bens. Jesus devolve a pergunta: "O que está escrito na Lei?". Lucas
coloca a resposta, que era de Jesus em Marcos e Mateus, na boca de um doutor da Lei, o que é inviável: o amar a Deus e o amar ao próximo. Surge então a interrogação sobre "quem é o meu próximo?". Lucas apresenta a parábola do samaritano como resposta a esta interrogação. Ao passarem por um estranho, ferido e semimorto na estrada, um sacerdote e, depois, um levita desviaram-se indiferentes ao seu sofrimento. Foi um samaritano que, passando, aproximou-se do ferido e, com todo o cuidado, levou-o a um abrigo. Este samaritano, um excluído que se fez próximo do sofredor resgatando-lhe a vida, é oferecido como modelo para o doutor da Lei e para todos nós. Observar os mandamentos é cumprir as palavras de Jesus (primeira leitura), pela qual todos são reconciliados e a paz é instaurada
na terra (segunda leitura).


Autor: José Raimundo Oliva